RIO - A ideia da inclusão social está também por trás do movimento antimanicomial, que resultou na reforma psiquiátrica no Brasil, em 2001. Com a lei 10.216, modificou-se o modelo de assistência a esse tipo de paciente, com o objetivo de garantir seus direitos, assegurando seu convívio com a família e a sociedade, bem como combatendo o estigma em torno da doença. Manicômios foram desativados no país. Mesmo antes da reforma, leitos psiquiátricos já vinham sendo fechados pelo governo federal: em 18 anos, entre 1989 e 2007, a redução foi de cerca de 80% (de 120 mil para 38,8 mil). O tratamento foi transferido para uma rede de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a maioria apenas com serviço ambulatorial. A internação passou a ser considerada uma opção apenas em último caso.
As mudanças não ocorreram sem problemas. Uma pesquisa feita em 2008 em 146 municípios mostrou que 30% dos doentes (1,4 milhão) não haviam conseguido atendimento. Um dos críticos das medidas foi o poeta Ferreira Gullar, que já havia internado dois filhos esquizofrênicos. Para ele, a investida contra a internação era demagogia e prejudicava principalmente as famílias pobres. Para os críticos do movimento, suas diretrizes eram ideológicas, e não científicas.
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/03/29/movimento-de-inclusao-combateu-manicomios-924121666.asp
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